Accenture Demite 11 Mil Funcionários Globalmente: O Que Isso Revela Sobre o Futuro do Mercado de TI no Brasil

A gigante global de consultoria Accenture acaba de anunciar a demissão de mais de 11 mil colaboradores em apenas três meses, como parte de um amplo programa de reestruturação com foco em inteligência artificial (IA) e resposta à queda na demanda corporativa mundial. O movimento, que inclui a promessa de novas rodadas de cortes até novembro de 2025, lança reflexos diretos sobre o cenário de tecnologia e empregos também no Brasil.

O Que Está Por Trás Dos Cortes Da Accenture

Segundo a CEO Julie Sweet, a rápida adoção de soluções de IA está mudando o perfil de profissionais necessários. "Estamos saindo com pessoas em um cronograma comprimido, onde a requalificação não é viável para as habilidades de que precisamos", explicou a executiva. Ou seja, quem não conseguir se adaptar para trabalhar com IA pode ficar para trás — e rapidamente.

A decisão faz parte de um ajuste global que também envolve investimento massivo em treinamento sobre IA agentic, uma nova onda de ferramentas que automatizam tarefas complexas e que já impactam os projetos e margens da empresa, apesar do aumento de 7% na receita trimestral mundial.

A Presença da Accenture no Brasil

No Brasil, a Accenture é uma das maiores empregadoras em tecnologia:

• Contava com cerca de 19 mil funcionários em 2023 , com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Brasília, Belo Horizonte e outros estados.

• Detém centros de inovação, como o núcleo do Porto Digital no Recife, que emprega quase 3 mil pessoas.

• Atua em projetos estratégicos para grandes nomes como Santander, Banco do Brasil, Bradesco, Petrobras, Natura e gigantes do varejo e indústria.

Clientes e Impacto no Mercado Brasileiro

Entre os principais clientes da Accenture no país estão bancos, seguradoras, varejistas, indústrias e órgãos públicos — segmentos onde a digitalização e IA são cada vez mais mandatórias. Só o setor financeiro respondeu por bilhões em projetos nos últimos anos e é também onde surgem as maiores demandas de automação.

As demissões globais ainda não tiveram reflexo direto em números locais divulgados, mas acendem alerta para profissionais de TI e para a necessidade de reskilling rápido — especialmente para posições de suporte, administração e desenvolvimento menos conectados a IA, automação e dados.

Segundo executivos e fontes do setor, apesar do corte, a Accenture continuará a investir pesadamente em talentos digitais, buscando quem domina IA, dados, cloud e automação — áreas menos sensíveis a cortes e vistas como motores de crescimento até 2030.

O Que Profissionais de TI Devem Fazer Agora

• Requalificação urgente: Dominar IA, cloud e automação deixou de ser diferencial e virou requisito.

• Mercado aquecido para especialistas: Profissionais que dominam IA e dados continuam em alta e devem ser valorizados.

• Mudança de mindset: Carreiras lineares e estabilidade diminuem; o futuro está na capacidade de adaptação rápida.

• Atenção para projetos estratégicos: Consolidação de grandes clientes e projetos complexos segue exigindo times multidisciplinares.

Opinião: O Futuro é Digital — e Urgente

O cenário global mostra que até mesmo gigantes consolidadas não estão imunes aos efeitos das grandes transformações geradas pela inteligência artificial. Para o Brasil, o alerta é claro: quem não se reinventar pode ficar para trás. Ao mesmo tempo, nunca houve tantas oportunidades para quem investe em especialização, projetos inovadores e novas tecnologias.

A lição da Accenture é dura — mas também uma oportunidade única para quem quer surfar (com segurança) a próxima onda digital.

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